O
programa vozes do semiárido recebeu na sexta-feira 20/06 o animador de campo
Rafael Cotrim que veio conversar conosco sobre o dia mundial da desertificação,
o qual foi comemorado em 17 de junho. A data foi oportuna para sensibilização
da opinião pública sobre a necessidade de fomentar a cooperação internacional
ao combate dos efeitos da seca, escolhida pela assembleia geral da ONU e 1994.
Rafael nos
explicou que o termo desertificação é utilizado para caracterizar a perda da
capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela atividade
humana.
O que acontece é
um processo em que o solo de determinados lugares começa a ficar cada vez mais
estéril. Isso quer dizer que a terra perde seus nutrientes e a capacidade de
fazer nascer qualquer tipo de vegetação.Sem vegetação, as chuvas vão rareando,
o solo vai ficando árido e sem vida, e a sobrevivência fica muito difícil. Os
moradores, agricultores e pecuaristas geralmente abandonam essas terras e vão
procurar outro lugar para viver.
As consequências
deste processo geram grandes problemas sociais, econômicos e culturais. Em
primeiro lugar, reduz a oferta de alimentos. Além disto, há o custo de
recuperação da área ambiental degradada. Do ponto de vista ambiental, a perda
de espécies nativas vegetal e animal é uma consequência funesta.
O risco de
desertificação atinge 40% da superfície terrestre, considerando regiões urbanas
e rurais nesse processo, segundo os climatologistas. A degradação nos vários
países subsaarianos varia de 20% a 50% do território.
No Brasil, as
áreas suscetíveis à desertificação são as regiões de clima semiárido ou
subúmido seco, encontrados no Nordeste brasileiro e
norte de Minas Gerais. Situam-se nesta região
suscetível 1201 municípios, numa área de 1.130.790,53 km², 710.437,30 km²
(62,8 %) de clima semiárido e 420.258,80 km² (37,2 %) de clima
subúmidos secos.
As queimadas são um sério agravante desse processo.
Frequentemente utilizadas nessas regiões para "limpeza" do solo, as
queimadas destroem a microfauna do solo,
micro-organismos que interagem e participam de diversos ciclos inorgânicos,
como o ciclo do nitrogênio. A
destruição desses micro-organismos prejudica a fertilidade do solo e diminui a
quantidade de nutrientes disponíveis. As consequências das queimadas permanecem
por diversos anos.
Em todo o Brasil, a área suscetível à
desertificação abrange 16 % do território nacional e incorpora 11 estados
– Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A região também concentra 85% da pobreza
Abraços!
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