sábado, 20 de junho de 2015

Entidades da região sudoeste da Bahia discutem Convivência com o Semiárido em encontro de formação em Caetité

Mais de 70 pessoas da região sudoeste da Bahia participam de formação em convivência com o Semiárido. 
Foto: Juliano Vilas Boas/CASA
Entre os dias 15 a 17 de junho aconteceu em Caetité, na Bahia, o Encontro de Formação em Convivência com o Semiárido, envolvendo equipes técnicas, pedreiros, monitores, agricultores e dirigentes das entidades: ASAMIL, Associação Divina Providência, Centro de Agroecologia no Semiárido (CASA), Caritas NE 3 de Caetité, Centro Comunitário da Paróquia São Pedro de Aracatu (CCPSP), Associação de Agricultores Familiares Camponeses da Bahia (ASFAB) e ADIPS.

A Formação em Convivência com o Semiárido implica em algumas perspectivas como,ouvir os agricultores e agricultoras, a partir das práticas de convivência com o semiárido, refletir nossas práticas em comum com os agricultores, internalizar nossas reflexões e conhecimentos sobre o Semiárido, além de construir parâmetros aproximadamente comuns sobre convivência com o Semiárido.

Ângelo Costa (CASA) e Robério Aires (CCPSP) fizeram um breve relato de acontecimentos importantes em nossa região, além das lutas, dificuldades e desafios enfrentados pelo povo nos últimos anos, entronizando assim, a temática para os três dias de formação. No dia seguinte, os participantes foram visitar experiências nos municípios de Caetité, Riacho de Santana e Iuiu. No terceiro dia, foram socializadas as experiências vivenciadas em cada grupo, destacando elementos importantes no processo de construção de uma nova realidade para os agricultores e agricultaras de nossa região.

Comunidade Pau Branco em Riacho de Santana.
Foto: Bruno Bowbor/ASAMIL
As visitas de experiências aconteceram nas propriedades de Seu Edivaldo Mendes e dona Francisca da Silva, conhecida popularmente, como dona Mocinha, comunidade quilombola Vereda dos Cais, em Caetité, na comunidade Casa Armanda II, município de Iuiu e na Comunidade Pau Branco, Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Escola Família Agrícola, em Riacho de Santana. “Não tenho tudo, mas tenho o suficiente”. Essas foram as palavras citadas por seu Edivaldo Mendes ao abriu as portas de sua propriedade para que pudéssemos conhecer sua experiência.

Para Ângelo Costa, um dos fundadores do CASA, o encontro foi importante porque as entidades da região sudoeste se reuniram para avaliar o trabalho de Convivência com o Semiárido. “São entidades que constroem cisternas, mas que dão muitos cursos de formação para as famílias que moram na roça, a entender melhor como conviver com esse clima, como produzir mais, como guardar água para poder passar os meses de seca sem necessidade de água de beber, como guardar água para poder produzir uma horta e junto da horta ter um quintal produtivo perto de casa e que esse quintal possa ter frutas, verduras, tudo que precisa dentro de casa e vender o excedente para a merenda escolar. Ao mesmo tempo, ver ainda o que falta e as falhas que existem nesse trabalho para poder saber agir no futuro. Por exemplo, vimos que nem todas as famílias que recebem a cisterna de produção têm um quintal produtivo. Fica sempre a pergunta, como envolver as outras famílias que produzam um pouco mais?”, questiona Ângelo Costa.
Seu Edivaldo Mendes na Comunidade Quilombola Vereda dos Cais,
município de Caetité. Foto: Luciane Barros/Divina Providência

Segundo Ivo Costa(Associação Divina Providência), o encontro de convivência é marcado pela a celebração de tantas experiências e inovação no Semiárido, é acreditar a cada dia que estamos em terras onde corre leite e mel. Visitar agricultores e agricultoras para ver e ouvir suas experiências é perceber que estamos caminhando e conquistando nossos direitos sem esquecer-se dos deveres, a cada dia buscando alternativas de colher a água e semear conhecimentos em uma convivência viável para todos.

Caio Rodrigues(ASAMIL), destaca a importância da formação para as equipes das entidades presentes. “Foi um momento rico. Tivemos aí mais de 70 pessoas, entre mulheres, técnicos, discutindo e visitando as comunidades, bebendo na fonte dos agricultores familiares, que são a razão do nosso trabalho. São eles que produzem a convivência com o semiárido no dia a dia, mas também bebendo na fonte da nossa história, relembrando nossa trajetória, o início da nossa organização e os desafios que a gente já teve na caminhada. O pessoal saiu bem animado e pronto para seguir construindo outro sertão”, afirma.

Comunidade Casa Armada II, município de Iuiu.
Foto: Juliano Vilas Boas/CASA
 
Suzane Ladeia (Caritas NE 3 de Caetité) avalia de forma positiva a formação. “Foi positivo, no sentido de tornar a convivência com o Semiárido, uma forma mais dinâmica entre as entidades que fazem parte da microrregião, além de ter traçado até agora uma articulação mais conjunta dentro dessa microrregião para a atuação da convivência com o Semiárido. Isso desde a dinâmica da construção de cisternas, na dinâmica da semente, do recaatingamento, da dinâmica de tornar esses agricultores também no círculo de conversa e de prosa dentro deste contexto de convivência com o Semiárido em nossa microrregião”, conclui.

Socialização das experiências vivenciadas nos três municípios.
Foto: Jamille Amorim/CCPSP
 

Por Luciane Barros
Comunicadora Popular
Divina Providência

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Agricultoras/es familiares: a linha de frente da luta contra a desertificação



"Não existe almoço grátis: invista em solos saudáveis" é o slogan do Dia Mundial de Combate à Desertificação e aos Efeitos da Seca
O nosso Semiárido é dotado de uma grande biodiversidade. Em geral tem o solo fértil, e com proteção e acesso à água, é muito produtivo. Entretanto, grandes extensões de terra na região estão em franco processo de desertificação. E desertificação quer dizer exatamente o que parece: é um processo que faz a terra boa e viva se transformar em um deserto morto. Através da agroecologia e da proposta de convivência com o Semiárido, homens e mulheres têm atuado como agentes da preservação e da recuperação dos solos através de uma produção mais sustentável e hamoniosa com o ambiente, articulando saberes e influenciando políticas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) fez do dia 17 de junho o Dia Internacional de Combate à Desertificação e aos Efeitos da Seca, trazendo este ano o tema “Obtenção de segurança alimentar para todos através de sistemas alimentares sustentáveis”. Um dia para refletir sobre a degradação dos solos e as formas de preservá-los. No Brasil, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD) envolvem os 9 Estados do Nordeste, e parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, área onde predomina o Semiárido. São 1.340.863 km2, que representam16% do território brasileiro em 1.488 municípios onde vivem 17% da população brasileira. Nesta área estão 85% dos cidadãos considerados pobres do país.

Neste debate se evidencia a importância da agricultura familiar agroecológica como forma de garantir a renovação da vida na região. Procópio Lucena, coordenador executivo da ASA pelo estado do Rio Grande do Norte e membro da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), afirma que “há um conjunto de iniciativas feitas pela sociedade civil, pelo movimento sindical, pelos movimentos sociais, pelos agricultores e agricultoras familiares, pelas comunidades e povos tradicionais, que tem, historicamente, cuidado bem da terra, tratado dela realmente como mãe e irmã.”

Torquato Teixeira Neto, 47, da comunidade Logradorzinho, no município de Messias Targino (RN), 

Torquato Neto na área da experiência, antes (acima) e depois da recuperação (Foto: Fabrício Edino)
mostra na prática o poder de intervenção dos agricultores/as no combate à desertificação. Ele é proprietário de uma área de 15 hectares, e afirma que dois terços desta área estão muito degradadas. “O solo é bastante ruim, e além disso junta o problema da estiagem. Isso atrapalha muito. Já são cinco anos de seca, e a última chuva não deu nem pra encher o reservatório. A situação não tá boa não”, lamenta. Em meio a todas essas dificuldades, Teixeira acolheu a sugestão de experimentar técnicas de recuperação do solo, feita por profissionais do Seapac - Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários, organização que faz parte da ASA.

Para a experiência, uma área de um hectare foi cercada, há quatro anos, e passou por uma intervenção para implentação de curvas de nível e barreiras de contenção, com o objetivo de favorecer a fixação de nutrientes e humidade no solo, além de reduzir a erosão. Uma parceria com a Prefeitura Municipal garantiu o acesso a restos da poda de árvores, que iam sendo distribuídas no terreno em forma de leiras, cobrindo o solo. Mudas de plantas nativas diversas e sementes de capim foram plantadas, mas muitas mudas não sobreviveram à estiagem prolongada. As que resistiram logo se viram acompanhadas de espécies nativas que nasceram de forma natural, como a flor-de-seda, a jurema, e o juazeiro.

A experiência surpreendeu positivamente o agricultor: “Eu não botava muita fé não. Fiquei surpreso. Era um solo devastado, que não criava nada. Aí agora está nascendo capim, muita erva lá dentro.” Agora, ele pretende estender a prática a outras áreas em sua propriedade, recuperando-a aos poucos. E quando Teixeira recebe visita de outros/as agricultores/as para troca de experiências sobre o cultivo de palma, no qual é uma referência na região, mostra também sua área em recuperação, onde já está inserindo, além da palma, o plantio de cardeiros.
O processo foi acompanhado de perto pelo engenheiro agrônomo Fabrício Edino, que atua no Seapac. O profissional destaca a importância da dedicação do agricultor a esse trabalho, e a construção conjunta de conhecimentos, como elementos importantes para o sucesso nesta ação. “Ele absorveu de uma forma muito prática, e aprendeu fazendo. A gente foi orientando, tentando trazer o saber científico, mas aprimorando isso com a experiência dele. Temos percebido que ele tem incorporado essa ideia com muita propriedade, e isso traz um reflexo grande para a agricultura familiar, porque ele serve de espelho para os outros agricultores”, avalia Edino.
Sociedade civil - Como o Seapac, outras organizações da sociedade civil incentivam formas, familiares ou coletivas, de produção de alimentação saudável, sem agrotóxicos, associada a processos de recuperação e conservação do solo. A organização Centro de Assessoria e Apoio aos trabalhadores e Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga), de Pernambuco, promove a constituição de quintais produtivos associada à implementação de tecnologias sociais de estocagem e reuso de água. Os/as participantes recebem orientações e incentivos para produzir sem utilizar agrotóxicos, privilegiando a diversidade.
Alaíde e a produção do seu quintal produtivo (Foto: Elka Macêdo)
É o caso de Alaíde Dionísia Lins. Aos 62 anos de idade, ela mantém um quintal produtivo diversificado. Para ajudar no crescimento das plantas ela utiliza adubo à base de esterco e cobertura morta. Coentro, rúcula, cebolinha, quiabo, salsa, goiaba, macaúba, acerola, berinjela, mamão, banana, côco, romã, tamarindo e abóbora são algumas das culturas que a agricultora produz para consumo e venda. Além disso, ela cria ovelhas, cabras, bovinos, porcos, galinhas, perus, guinés e patos.“Tenho tudo no terreiro de casa, nem verdura a gente bota na geladeira, quando precisa é só ir no quintal. Aí o povo diz para botar um trator aqui dentro. O trator sou eu. Eu pego esses capim morto, ai pego o mato e boto em cima, quando dá um mês a terra fica boa. Boto um estrume e planto o coentro”, ensina satisfeita, Dona Alaíde.
Outra iniciativa que se destaca é o projeto “Mulheres da Caatinga”, da Casa da Mulher do Nordeste (CMN). O projeto mobiliza 210 mulheres agricultoras que vivem no Território do Pajeú, em Pernambuco, para intervirem na recuperação de áreas degradadas da vegetação da Caatinga. Em dois anos foram realizadas várias ações no território, como: a plantação de mais de 46 mil plantas nativas, a ampliação de dois viveiros de mudas na região, a construção de 210 fogões agroecológicos, a realização de oficinas e seminários para formação em educação ambiental e feminista, e a divulgação e multiplicação das experiências das mulheres no programa de rádio Fala Mulher.
Graciete Santos é coordenadora da CMN, e afirma que a prática de pensar alternativas junto com as agricultoras para a recuperação das áreas degradadas tem sido importante para a instituição. “A gente tem identificado o envolvimento, o olhar e o cuidado, essa reunião que as mulheres tem com seu quintal, com a caatinga e a natureza como um todo. Essa experiência tem trazido o quanto as mulheres tem conhecimento construído, nessa relação de observação, prática, experimentação, de inteireza com o meio ambiente. Fica muito claro com essa experiência, que traz essa questão do bioma caatinga, da preservação, o quanto as mulheres já vem fazendo isso de alguma forma” relata Santos.
As experiências de CMN e Caatinga, além do Centro Sabiá, de Pernambuco, e do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), que fazem parte da ASA em seus respectivos estados, receberão hoje o certificado Dryland Champions, concedido pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente(MMA)/Departamento de Combate a Desertificação/Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. São certificadas iniciativas de pessoas, organizações e empresas que contribuem para o manejo sustentável da terra, e, que melhorem as condições de vida das populações e as condições dos ecossistemas afetados pela desertificação e seca. A premiação ocorreu hoje durante o Seminário “Dia Mundial de Luta contra a Desertificação”, que está sendo realizada em Caicó (RN), promovido pela Diocese de Caicó em parceria com o SEAPAC, Departamento de Combate à Desertificação, do MMA, Agência de Desenvolvimento do Seridó (ADESE) e o Comitê da Bacia Hidrográfica Piancó Piranhas Assu (CBH PPA).
Contradição – As experiências que contam com o protagonismos dos povos que trabalham e vivem da terra da região Semiárida dão o testemunho da importância e da satisfação que seus resultados trazem, além do potencial de multiplicação das práticas desenvolvidas. Podem ser, e tem sido, a base para políticas públicas importantes, que promovem a convivência com o clima da região, articuladas com a sociedade, privilegiando a participação, a mobilização e o controle social. Na contramão disto está o agronegócio. Esta modalidade de exploração econômica da terra reforça os processos de degradação, mas recebe os maiores incentivos governamentais, em contradição com a proposta de conservação dos solos assumida pelo país internacionalmente.
Quem traz essa reflexão é Procópio Lucena. Para ele, “do ponto de vista do Governo Brasileiro,você também tem algumas iniciativas que são relevantes, como P1MC, P1+2, a ação com sementes crioulas, mas as ações mais sistemáticas, mais voltadas ao cuidado com a biodiversidade, tem sido muito vagas, porque está investindo fortemente em modelos de agricultura como o agronegócio, a monocultura, grandes projetos de irrigação no Semiárido, insistindo em projeto como o da Chapada do Apodi (leia mais aqui), que expulsa os agricultores familiares para implementar a monocultura.”
Esse comportamento político destoa da compreensão crescente acerca da importância dos solos, inclusive para garantia da disponibilidade de alimentos. Em sua participação no seminário “Nordeste 60 anos depois: mudanças e permanências”, realizado em Natal entre os dias 27 e 29 de maio, Alan Boujanic, representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, revelou que 95% dos nossos alimentos vêm dos solos, mas 33% dos solos do mundo estão degradados. Ele afirmou quem em 2050 o mundo precisará aumentar a produção de alimentos em 60%, o que reforça o conselho dado no slogan da campanha do Dia Mundial de Combate à Desertificação: “Não existe almoço grátis. Invista em solos saudáveis.”
No contexto atual, o problema não é a falta de alimentos, segundo Lucena. Ele acredita que a questão da fome está ligada à injustiça social: “A fome é fruto da concentração de renda, de riquezas, de terra, de poder, e nisso nós não avançamos. Práticas de conservação, de cuidados com a natureza, com a biodiversidade, com a água, com o solo, com os ecossistemas, são estratégicas porque são capazes de gerar diversidade de produção, o que gera a boa alimentação, saudável. Não adianta o Brasil produzir 204 milhões de toneladas de grãos, como faz atualmente, quando 70% é soja para exportação, ou milho. Não são os alimentos básicos que a sociedade necessita e que são produzidos pela agricultura familiar camponesa de base agroecológica.”


Ronaldo Eli (ASACom)
Recife - PE
17/06/2015

Fonte: http://www.asabrasil.org.br

sexta-feira, 5 de junho de 2015

05 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente

 O Programa Vozes do Semiárido abordou diversas questões ambientais do nosso município com a presença de Frederico Neves-Engenheiro Agrônomo e Secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Brumado.
Hoje, 05 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. A criação desta data teve como objetivo principal a conscientização da população mundial sobre os temas ambientais, principalmente, aqueles que dizem respeito à preservação. Desta forma, a ONU procurou ampliar a atuação política e social voltada para os temas ambientais. Era intensão da ONU também, transformar as pessoas em agentes ativos da preservação e valorização do meio ambiente.

E para falar sobre esse dia, o Programa Vozes do Semiárido convidou o Secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Brumado, o engenheiro agrônomo, Frederico Neves para conversar sobre as diversas questões ambientais de nosso município. 

Inicialmente, Fred Neves destacou a atuação em nossa região, da Associação Divina Providência, que tem feito um trabalho importantíssimo no que diz respeito à sustentabilidade, ressaltando que nos últimos anos tem minorado bastante as questões de convivência com o Semiárido. E abordou as ações que o município vem desenvolvendo, destacando que a ação principal do município é a fiscalização, tanto no meio urbano, quanto no rural. "A secretaria não vai ter condição de fazer essa fiscalização sozinha, se não houver uma participação da população, uma conscientização das pessoas, que a lei precisa ser cumprida e que a gente precisa preservar o que é nosso, afinal o meio ambiente é a casa de todos nós. Se nós não preservarmos a nossa casa, todos vão sofrer e já estamos sofrendo há algum tempo, as secas dos rios, o assoreamento e tanto outros problemas ambientais que temos passado", destaca o secretário.

Além disso, foi discutido sobre desmatamento que o município sofreu e vem sofrendo, devido produção de carvão e minérios, plantio de algodão, produção agropecuária, cerâmicas; a revitalização do Rio do Antônio; atitudes da população que vem contribuindo para uma agressão ambiental, por exemplo, perfuração desordenada de poços artesianos, o uso dos agrotóxicos, principalmente na região da barragem de Cristalândia; além da questão da conscientização da população para o uso racional da água. 

Foi questionado ainda, sobre o funcionamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tendo em vista que muitas famílias que conquistaram as tecnologias de produção da ASA, estão produzindo e ainda não tem uma destinação desses produtos. Fred Neves destacou que muitos agricultores já estão cadastrados no programa e que as famílias que estão produzindo, poderão fazer o cadastro na Secretaria de Agricultura, Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Brumado. Finalizando a entrevista, o secretário agradeceu pela participação e convidou a população para participar do momento de comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que acontecerá, hoje, na Praça Zeca Leite a partir das 18 hs. 

Por Luciane Barros
Comunicadora Popular
P1+2/MDS

terça-feira, 2 de junho de 2015

Encontro de Formação em Convivência com o Semiárido


Na última segunda-feira (01), representantes das entidades da nossa microrregião reuniram na Associação Divina Providência em Brumado, para planejar o encontro de Formação em Convivência com o Semiárido que acontecerá de 15 a 17 de junho no município de Guanambi-Ba, envolvendo equipes técnicas, pedreiros, monitores e dirigentes das entidades: ASAMIL, Associação Divina Providência, CASA, Caritas de Caetité, Centro Comunitário da Paróquia São Pedro de Aracatu e ASFAB.

A Formação em Convivência com o Semiárido implica em algumas perspectivas: ouvir os agricultores e agricultoras, a partir de suas práticas de convivência com o semiárido; refletir nossas práticas em comum com os agricultores; internalizar nossas reflexões e conhecimentos sobre o Semiárido, além de construir parâmetros aproximadamente comuns sobre convivência com o Semiárido. As experiências que serão visitadas são: S. Edivaldo e D. Mocinha – Veredas dos Cais, Caetité-Ba; Casa Armada II, Iuiú-Ba; Comunidade de Pau-Branco e MMC, Riacho de Santana-Ba.

Por Luciane Barros
Comunicadora Popular
P1+2/MDS

Comunidade Olho D’água da Gameleira celebra conquista das cisternas


No dia 30 de maio a comunidade Olho D’água da Gameleira, município de Brumado, na Bahia, celebrou um culto em ação de graças pela conquista das tecnologias sociais da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Participaram da celebração, moradores da comunidade, equipe técnica e diretoria da Associação Divina Providência.

Durante a homilia, dona Lira ressaltou que a comunidade está celebrando a inauguração das cisternas, destacando a importância desta conquista para as famílias. “A cisterna é uma benção de Deus para a comunidade, porque nós éramos pessoas sofridas, tínhamos dificuldades de ter água limpa para beber. Com o projeto da ASA, o P1MC, chegou à água limpa para beber. Agora com o P1+2, as famílias estão produzindo seus alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos”, afirma a agricultora agradecendo a Deus pela Associação Divina Providência, em ter contribuído com a conquista da comunidade.

Finalizando a celebração, diversos agricultores e agricultoras relataram as mudanças em suas vidas, a partir dessa conquista, além da troca de experiências e saberes entre agricultores/as e a equipe da entidade envolvida no processo de formação e construção das tecnologias. Hoje a comunidade valoriza a importância da produção agroecológica que contribui para melhoria da qualidade de vida das famílias. Na oportunidade, a diretoria e equipe técnica da Divina Providência visitaram algumas famílias que conquistaram as tecnologias da ASA e estão produzindo alimentos agroecológicos.





Por Luciane Barros
Comunicadora popular
P1+2/MDS