Umbuzeiro em período de floração. Foto: Luciane Barros |
Imortalizada por Euclides da
Cunha, como “árvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é bastante conhecido por
todo o sertanejo e sertaneja. Planta típica e simbólica do nordeste, nesta
época do ano, continua sendo a fonte de renda de muitas famílias que vivem no Semiárido.
A árvore pode chegar a seis metros de altura. Tem copa larga, com frutos
redondos e bem apreciado pelo sabor azedinho, além de contribui para a
qualidade dos derivados produzidos. Mas o que chama a atenção são suas raízes, chamadas
de batatas, ou seja, elas são os reservatórios de água para a árvore.
Nos longos períodos de
estiagem, a planta perde suas folhas e sobrevive graças a suas batatas, podendo
chegar a cem anos de idade. A floração acontece entre os meses de agosto a
novembro, sempre com as primeiras chuvas. A safra do umbu começa entre
outubro e fevereiro após sessenta dias da florada. O fruto é sinônimo de
fartura para os sertanejos/as, além de ser também um alimento bastante
apreciado pelos animais e aves da caatinga.
Seu Caé e dona Dice
colhendo umbu.
Foto Anselmo Cardoso
|
Em
algumas comunidades rurais, agricultores e agricultoras têm a prática de fazer
subprodutos do umbu, como doces, compotas, geleias, nego bom, tanto para o consumo
da própria família, quanto para serem comercializados. Um exemplo, é a
Associação de Moradores da Comunidade Campo Seco em Brumado, no sertão da Bahia,
que desde 2010, vem trabalhando o beneficiamento desse fruto, e já conquistou o
selo da agricultura familiar.
Dona Dice, moradora da comunidade,
conta que no processo de colheita do umbu deve ter alguns cuidados para que a
próxima safra seja de produtividade. “A colheita do umbu não pode ser feita de
qualquer jeito, tem que subir na árvore com uma capanga e catá-los, um a um, ou
seja, o umbuzeiro não pode ser sacudido, senão, a nova folhagem, as flores e os
umbus, ainda pequenos, são derrubados. Isso afeta a nova safra, perdendo seu
poder e qualidade de produção”, afirma.
O
beneficiamento das frutas típicas da nossa região vem confirmar a viabilidade da
Convivência com o Semiárido, permitindo o desenvolvimento local, a partir da agregação
de valor à produção, além de contribuir com a diminuição das perdas em épocas
de safras.
Cozimento do umbu
para a transformação em polpas.
Foto: Anselmo Cardoso
|
Por Luciane Barros
Comunicadora Popular
P1+2/MDS
Nenhum comentário:
Postar um comentário