sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Umbuzeiros trazem esperança de dias melhores para sertanejos e sertanejas

Umbuzeiro em período de floração. Foto: Luciane Barros
Imortalizada por Euclides da Cunha, como “árvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é bastante conhecido por todo o sertanejo e sertaneja. Planta típica e simbólica do nordeste, nesta época do ano, continua sendo a fonte de renda de muitas famílias que vivem no Semiárido. A árvore pode chegar a seis metros de altura. Tem copa larga, com frutos redondos e bem apreciado pelo sabor azedinho, além de contribui para a qualidade dos derivados produzidos. Mas o que chama a atenção são suas raízes, chamadas de batatas, ou seja, elas são os reservatórios de água para a árvore.

Nos longos períodos de estiagem, a planta perde suas folhas e sobrevive graças a suas batatas, podendo chegar a cem anos de idade. A floração acontece entre os meses de agosto a novembro, sempre com as primeiras chuvas. A safra do umbu começa entre outubro e fevereiro após sessenta dias da florada. O fruto é sinônimo de fartura para os sertanejos/as, além de ser também um alimento bastante apreciado pelos animais e aves da caatinga.
         Seu Caé e dona Dice colhendo umbu. 
Foto Anselmo Cardoso

Em algumas comunidades rurais, agricultores e agricultoras têm a prática de fazer subprodutos do umbu, como doces, compotas, geleias, nego bom, tanto para o consumo da própria família, quanto para serem comercializados. Um exemplo, é a Associação de Moradores da Comunidade Campo Seco em Brumado, no sertão da Bahia, que desde 2010, vem trabalhando o beneficiamento desse fruto, e já conquistou o selo da agricultura familiar.

Dona Dice, moradora da comunidade, conta que no processo de colheita do umbu deve ter alguns cuidados para que a próxima safra seja de produtividade. “A colheita do umbu não pode ser feita de qualquer jeito, tem que subir na árvore com uma capanga e catá-los, um a um, ou seja, o umbuzeiro não pode ser sacudido, senão, a nova folhagem, as flores e os umbus, ainda pequenos, são derrubados. Isso afeta a nova safra, perdendo seu poder e qualidade de produção”, afirma.

O beneficiamento das frutas típicas da nossa região vem confirmar a viabilidade da Convivência com o Semiárido, permitindo o desenvolvimento local, a partir da agregação de valor à produção, além de contribuir com a diminuição das perdas em épocas de safras.

Cozimento do umbu para a transformação em polpas. 
Foto: Anselmo Cardoso


Por Luciane Barros
Comunicadora Popular
P1+2/MDS

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